Educação masculina no período da Regência

O TRAJE ACADÊMICO DA UNIVERSIDADE DE CAMBRIDGE

A foto abaixo mostra as togas usadas pelos estudantes da universidade de Cambridge. Os estudantes que possuíam um título, como lorde Byron, usavam togas diferentes de outros estudantes.

A foto abaixo mostra alguns outros modelos das togas da universidade de Cambridge. Essas eram usadas por alunos que não eram da nobreza.

HIERARQUIA E VESTIMENTA DOS ESTUDANTES NA UNIVERSIDADE DE OXFORD

1 – Nobres: os estudantes da aristocracia usam uma toga de seda da cor que preferirem por cima das rendas de ouro no colarinho, nas mangas e na bainha. A maioria opta por usar seda escarlate. Togas pretas, de mangas compridas, são a segunda opção mais escolhida.  Com qualquer um desses trajes, usa-se um chapéu quadrado de veludo preto com uma borla de ouro.

2 – Cavalheiros: filhos privilegiados de comerciantes bem-sucedidos, proprietários de terra e alguns profissionais. Usam uma toga de seda preta com penachos nas mangas e na bainha. A borla do chapéu era preta.

3 – Plebeus: ficavam sob a autoridade dos tutores. Não possuíam privilégios. Precisavam obedecer a todas as regras. Usavam uma toga preta de mangas bufantes com flâmulas nos dois lados do colarinho. O chapéu não possuía uma borla.

4 – Empregados: trabalhavam na universidade, servindo a instituição ou a alguns estudantes. Recebiam um salário modesto. Um filho de um estalajadeiro era acostumado a servir clientes e não via nenhuma degradação em fazer isso, de forma que financiava seus estudos com o salário e suas gorjetas. Esses alunos usavam uma toga preta com mangas bufantes, sem qualquer enfeite. O chapéu era como os dos outros, sem borla.

O chapéu e a toga precisavam ser usados mesmo quando os estudantes deixavam a sala de aula.

PERÍODO ESCOLAR

P.s: essa é a parte mais complicada. Qualquer dúvida é só perguntar 🙂

São Miguel (“Michaelmas term”): durava oito semanas após a festa de São Miguel (no dia 29 de setembro). Esse período normalmente começava no início de outubro (e terminava perto do natal).

São Hilário (“Hilary Term”): começava em janeiro e findava em março, e é chamado de “Hilary” por causa da festa em homenagem ao bispo Hilário de Pointiers, no dia 14 de janeiro. Eram 10 semanas depois da festa de São Hilário.

Trindade (“Trinity Term”): de 15 a 21 domingos após a festa de São Hilário. O domingo da trindade é o primeiro domingo depois de Pentecostes, que é celebrado sete semanas (50 dias) depois da páscoa.

CALENDÁRIO ACADÊMICO DA UNIVERSIDADE DE OXFORD EM 1804:

– “Michaelmas Term” começa no dia 10 de outubro e termina no dia 17 de dezembro.

– “Hilary Term” começa no dia 14 de janeiro. Termina no sábado anterior ao domingo de ramos.

– “Easter Term” começa na quarta-feira após o domingo depois da páscoa (domingo da divina misericórdia) e termina na quinta-feira antes de Pentecostes.

– “Act Term” começa na quarta-feira após o domingo da trindade e termina no sábado após o “Act Sunday” (primeira semana de julho).

*Os alunos estavam em casa durante os recessos e entre os meses de julho e outubro.

CALENDÁRIO ACADÊMICO DA UNIVERSIDADE DE CAMBRIDGE EM 1819:

– “Hilary Term” começa no dia 13 de janeiro e termina no dia 02 de abril.

– “Easter Term” começa no dia 21 de abril e termina no dia 09 de julho.

– “Michaelmas Term” começa no dia 11 de outubro e termina no dia 16 de dezembo.

*Cambridge não adotava o “Trinity Term”, então o “Easter Term” era mais longo.

CALENDÁRIO ACADÊMICO DE ETON:

– De setembro até duas semanas antes do natal.

– Feriado de fim de ano: quinze dias antes e depois do natal.

– De janeiro até Pentecostes.

– Feriado de páscoa: quinze dias após Pentecostes.

– Uma semana após a páscoa até o final de julho.

– Férias de verão: cinco semanas contadas do fim de julho.

Essa primeira parte foi retirada do site da Nancy Mayer. É um pouco complicado, né? Acabei descobrindo alguns “domingos” aí que não fazia ideia que existiam rs.

Existem alguns outros pontos que eu gostaria de destacar também, e para isso vou contar com a ajuda do livro Jane Austen’s England, de Roy e Lesley Adkins (tem resenha aqui). A primeira parte da educação dos meninos começava aos 5 ou 6 anos, quando seus pais (ou seus tutores) começavam a ensina-los a ler e escrever. Eles começavam a escrever com lápis de ardósia ou rabiscavam suas primeiras letras na areia, e só depois passavam a utilizar papel, tinta e caneta (as canetas de penas eram as mais populares, mas canetas de metal estavam começando a aparecer).

Depois dessa primeira fase da educação, os meninos eram enviados para pequenas escolas particulares ou academias (o valor era de quarenta a cinquenta libras ao ano). Curiosidade: esse era o trabalho do pai de Jane Austen!

Meninos mais velhos também podiam ser enviados para escolas de gramática locais, que ensinavam, exclusivamente, o latim (que era o idioma predominante nas universidades). No final do século XVIII, muitas dessas escolas também ensinavam grego, matemática e literatura, além de oratória e críquete. Eton, fundada em 1440, era uma dessas escolas.

Mas lembrem-se: estamos falando de pessoas com um certo poder aquisitivo e alguma influência. A desigualdade era enorme na Inglaterra nesse período, e muitas crianças mais pobres nem podiam estudar. É verdade que toda cidade possuía uma dessas escolas e elas eram abertas para o público, mas muitas vezes as famílias precisavam que seus filhos começassem a trabalhar ao invés de estudar.

Espero que tenham gostado! Logo mais teremos um post sobre os cursos ofertados nas universidades.

Com carinho, Roberta.

A imagem em destaque é da universidade de Oxford (créditos: Alamy)

Postado por: Roberta Ouriques

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