Resenha: O Refúgio do marquês – Lucy Vargas

Editora Charme, 310 páginas.

Henrik e Caroline não poderiam ser mais diferentes.

Ele, o Marquês de Bridington, é um homem selvagem e inapropriado, que vive há anos no campo, fugindo dos fantasmas do seu passado obscuro e repleto de segredos.

Ela, Caroline Mooren, a Baronesa de Clarington, é uma jovem destemida, com um passado doloroso, que recebe a missão de reformar a mansão e talvez o marquês, ao menos é o que a marquesa viúva espera.

Ele é um caso perdido. Ela é uma mulher com um futuro incerto. Mas juntos, eles se completam e acendem a chama da paixão, que ambos acreditavam estar completamente extinguida, trazendo à tona segredos e temores que ambos escondem.

Se reerguer sob o peso do passado será uma batalha que ultrapassará os limites do refúgio que o marquês pensa ter construído, mas será que o amor é capaz de ultrapassar tantas barreiras e vencer, ou eles perderão tudo outra vez?

“O refúgio do marquês” é o primeiro volume da série “Os Preston” e foi publicado em 2015 pela Editora Charme. A história se passa em 1804, e se inicia quando a viúva Caroline, baronesa de Clarington, obedece a um chamado da marquesa-viúva de Bridington, sua parente distante, e chega na propriedade de Henrik Preston, o excêntrico marquês de Bridington. A propriedade, contudo, não condiz com a posição de seu dono. Caroline logo identifica alguns problemas da casa e, a pedido da marquesa-viúva, começa a transformar o local para que se torne habitável novamente. Para isso, Caroline vai precisar aprender a conviver com Henrik, um homem desiludido pela vida e que não tem nenhum apreço pelas regras sociais e descobrir uma maneira de conviver sob o mesmo teto de Roseanne, a marquesa de Bridington.

Caroline é uma jovem viúva que foi deixada na pobreza por seu falecido marido, o barão de Clarington. Como o casamento deles não foi um conto de fadas, Caroline não tem aspirações de se casar novamente. Ela é uma mulher decidida e, ainda que um tanto esquentadinha, preza muito pelo que é correto. Henrik, o jovem marquês de Bridington, está acorrentado a um casamento infeliz e não acredita que poderá encontrar a felicidade algum dia. Ele vai vivendo sua vida dia após dia, cuidando de sua esposa enferma e ignorando completamente qualquer trato social.

Como podemos ver, Caroline e Henrik são quase que opostos e eu, particularmente, gosto muito dessa premissa, mas confesso que achei que faltou um pouco de química entre eles no começo. Felizmente, esse “problema” foi resolvido do meio para o fim do livro. No fim, eu já conseguia “visualizar” tanto Caroline quando Henrik de uma forma convincente e, é claro, visualizar o amor que acaba nascendo entre eles. São aqueles personagens que nós conseguimos simpatizar, a medida que vamos conhecendo sua intimidade e as provações de suas vidas. Como Henrik não é tecnicamente solteiro (aliás, ele é casado!), eu fiquei curiosa para ver como a autora iria trabalhar com isso e achei que ficou muito delicado. Eu, por exemplo, não gostaria de um mocinho que fosse casado e saísse com outras mulheres sem nem pensar na esposa, independente da ruindade dela (rs). A esposa do marquês, Roseanne, e ele têm uma relação complicada e eu gostei bastante dessa “parte” do livro. Aliás, Roseanne e Henrik escondem um segredo e quer coisa melhor do que um mistério para apimentar um livro?

Bem, esse livro estava na minha estante já faz muito tempo, mas, por uma razão ou outra, eu sempre acabava lendo algum outro antes dele. Sabe? Sai aquele lançamento que estamos doidas para ler, aí terminamos e já tem outro e assim por diante. Quando oficializei o blog, contudo, eu decidi que precisava ler os romances nacionais. É tão bom ver que as autoras brasileiras estão investindo em romances de época (que, aliás, é um nicho que as editoras vêm investindo bastante, né?). A Lucy Vargas, por exemplo, é uma autora que tem um background em pesquisa do período histórico que utiliza para ambientar suas histórias e nós conseguimos perceber isso ao ler o livro (mas como eu também pesquiso bastante e não me aguento, então preciso dizer que um deslize foi cometido: filhas de marqueses são chamadas por lady nome + sobrenome e não por senhorita nome + sobrenome).

Já disse ali em cima que a história parte de uma premissa que eu gosto muito (dois opostos que se atraem) e Lucy construiu toda a história dos personagens e adicionou um mistério para agitar um pouco as coisas. Eu adorei toda a história da esposa do marquês e acho que é um dos pontos mais legais do livro. Os outros personagens também contribuem para a criação do cenário do livro, desde os criados de Bright Hall até algumas mocinhas que visitam a propriedade com suas mães – e assim nós somos transportados para a Inglaterra do início do século XIX, carregados por personagens carismáticos, alguns segredos e muito, muito amor.

Lucy, caso você leia isso, continue sempre escrevendo e nos dando a alegria de ler seus livros escritos com tanto talento! Um beijo grande.

Com carinho, Roberta.

Acho que eu devo dizer que ainda estou me habituando a esse mundo do blog e comecei a tentar tirar foto há muito pouco tempo, mas quem tenta um dia chega lá né?

 

Postado por: Roberta Ouriques

Comentários

Posts relacionados