Resenha: Um beijo sob as estrelas – Silvia Spadoni

Série Amores Aventureiros

Hoje é dia de resenha de romance de época nacional e vou logo adiantando: um romance que eu adorei! Disponível em formato digital, Um beijo sob as estrelas é o primeiro volume da série Amores Aventureiros da veterana dos romances de época Silvia Spadoni (ela também escreveu a série Amores e é a autora do livro O que toca o coração), e traz a história de Annie e Drake, um casal absolutamente improvável – mas cheio de química, é claro rs! Segue a sinopse e então meus comentários sobre a história:

Drake Morgan está prestes a conquistar o lugar que sempre sonhou na sociedade. Tudo parece perfeito até que um desastre destrói seus sonhos. Abandonado por todos e perseguido por dívidas, ele foge, mas promete voltar para recuperar o que é seu e ter a sua vingança.
Annie é uma jovem em fuga. Envolvida em um homicídio, ela precisa escapar, mesmo sendo inocente. Quis o destino coloca-la no caminho de Drake, um homem que possui o desejo de vingança em suas veias, mas que se torna a sua melhor opção para sobreviver.
Depois de anos, Drake está prestes a se vingar por tudo que passou, porém, o destino tem outros planos para ele.
Colocados frente a frente pelas circunstâncias, Drake e Annie precisarão confiar um no outro para conseguirem o que querem. Mas como confiar em alguém sem saber quem realmente a pessoa é?

Acho que, pela sinopse, dá para ver que nem Drake e nem Annie são personagens convencionais, né? E é claro que duas personalidades ímpares precisavam ter uma história à altura! Um beijo sob as estrelas é um romance de época com muito romance (é claro), mas, além disso, é cheio de aventuras, reviravoltas e personagens cativantes.

Tudo começa em 1784…

Drake Morgan é herdeiro da Companhia Marítima Morgan, e sua ascensão à alta sociedade londrina está indo de vento em popa (com o perdão do trocadilho rs). A companhia finalmente está pronta para começar a recuperar investimentos e receber o Royal Warrant, Drake está prestes a ficar noivo da debutante mais cobiçada da temporada… quando uma fatalidade faz com que o rumo das coisas mude drasticamente: um incêndio no principal navio da companhia faz com que, de uma hora para outra, Drake perca o pai, se afunde em dívidas e precise deixar a Inglaterra.

E aí pulamos para 1791…

Sete anos depois, Drake está de volta – ainda que provisoriamente. Ele agora tem sua própria companhia, e tem meios de conseguir a vingança que planejou durante todo o tempo que esteve fora, só precisa acertar alguns últimos detalhes, velejar até Nassau e depois retornar para a capital inglesa definitivamente.

Plano que teria seguido seu curso perfeitamente se Annie MacGiver não tivesse “se infiltrado” em seu navio…

Annie está fugindo, uma vez que está sendo acusada de ter assassinado sua patroa, lady Belinda Heyes. Sem saber como provar sua inocência, Annie fugiu da casa onde vivia vestida de menino, na companhia de Tim, um órfão que ela tem como irmão. E nenhum deles tem um meio de subsistência! É por acaso que Annie e Tim acabam ajudando Drake em uma dificuldade e um acaso ainda maior faz com que eles estejam a bordo quando o navio do capitão Morgan zarpa rumo as colônias.

Eu sabia… uma garota! – rosnou Drake. – Uma maldita garota! Como você ousou embarcar no meu navio?

Uma mulher em um navio, naqueles tempos, era um sinal de má sorte. Isso sem contar no perigo para a mulher, né? Ou seja, a relação de Drake e Annie não começa em termos muito amigáveis… rs, mas o fato de se iniciar em um navio deixa o livro muito mais interessante. E entrando nesse assunto eu preciso fazer um comentário: a Silvia fez um excelente trabalho de pesquisa, tanto histórica quanto de terminologia náutica. Não é nada fácil escrever as cenas em um navio do final do século XVIII! De minha parte, por exemplo, foi o primeiro romance de época que li que foi ambientado um tempo bastante considerável em um navio, e eu adorei. Amo os bailes e a temporada social de Londres, mas também é legal fugir um pouco dessa fórmula mágica de vez em quando hehe. E a Silvia não parou no navio não! Drake, Annie, Tim e o resto da tripulação vão até Nassau, e eu adorei conhecer um pouquinho dessa cidade nas páginas de Um beijo sob as estrelas.

Nunca! Annie teve vontade de gritar, mas alguma coisa inexplicável travou sua garganta e ela se calou. Nunca era uma palavra muito forte! Definitiva! Ela não iria pronunciá-la, não em relação a ele.

O desenvolvimento do relacionamento deles foi muito interessante, pois Drake é de uma teimosia extrema, e Annie é bastante cabeça dura rs! E, como eu disse no início da resenha, os dois foram um casal totalmente improvável: Drake busca retomar sua vida do ponto onde parou anos atrás e Annie simplesmente não faz parte desse mundo. Mas a gente adora um casal que “não pode” ficar junto mas que não tem como não ficar né? rs!!

Como eles fazem para conciliar as diferenças só lendo pra saber, até por que perderia totalmente a graça e eu não estou aqui para estragar a diversão de ninguém. Mas deixa eu dizer que foi um livro que me surpreendeu bastante (positivamente falando, é claro)! Quando achei que ele seguiria até o final em tal cenário, ele mudava, quando achava que ia continuar em um ritmo, ele acelerava, e então veio o final, com um fechamento incrível, tudo muito bem amarrado e criativo! Eu amei o final, amei toda a atmosfera para as resoluções dos conflitos e amei as resoluções dos conflitos rs! Achei que a Silvia soube dar espaço para todos os personagens secundários, deixou que eles tivessem seus momentos de glória durante a trama, mas sem afetar o brilho dos protagonistas. Mais uma prova do talento da autora 🙂

Por fim, queria dizer que três desses personagens secundários me deixaram com um gostinho de quero mais rs. O pequeno Tim, é claro, que é absolutamente essencial no romance (e isso vindo de uma pessoa que normalmente não gosta muito de crianças em livros rs), lorde Andrew e lady Poppy. Sobre o Tim, a própria autora já declarou que pretende contar a história dele. Quanto aos outros… fica um semi-pedido aqui rs! Quem sabe as histórias de lorde Andrew e de lady Poppy não se cruzam no mesmo romance?

Enfim, eu indico muito a leitura! Silvia tem realmente um talento para a escrita, e um talento para a criação de romances de época. Por que não é só colocar personagem A + personagem B na Londres do século XIX não, ein?

Espero que tenham gostado!

Com carinho, Roberta.

Postado por: Roberta Ouriques

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