Resenha: Um casamento conveniente – Tessa Dare

Série Girl Meets Duke Vol. 1, Editora Gutenberg

Os elogios a esse livro começam com essa capa ma-ra-vi-lho-sa, que eu queria emoldurar e pendurar na parede do meu quarto. Amo essas imagens desses casais em roupas de época! São tão lindas, né? Mas o melhor de tudo é que essa imagem, em especial, tem tudo a ver com a história:

Com metade do rosto marcado e desfigurado por causa da guerra, não foi só a aparência do Duque de Ashbury que sofreu mudanças: a rejeição e o olhar de desprezo das pessoas mutilaram também o seu interior. E, já que precisa viver às sombras da sociedade, ele decide que passará seus dias perambulando por Londres durante a noite para assustar todos que cruzarem seu caminho.

Mas o tempo passa, e, em posse de um grande título, o duque sabe que precisará cumprir o dever de conseguir um herdeiro para seu ducado. Para isso, só existe uma regra: encontrar uma mulher que aceite um casamento por conveniência, lhe dê um herdeiro e desapareça de sua vida.

Quando Emma Gladstone, uma costureira, aparece na casa de Ashbury para exigir o pagamento de uma dívida, ele vê ali uma grande oportunidade de acordo e lhe faz a proposta de casamento. Mas o duque deixa claro que, assim que Emma engravidar, ela deverá partir para o interior e sumir para sempre.

É claro que um dia o duque de Ashbury iria precisar encarar o fato de que, para continuar a linhagem de sua família, ele deve se casar e ter um filho. Encarar isso, contudo, não é muito fácil para Ashbury: ele foi ferido na batalha de Waterloo e metade do seu corpo ficou desfigurada, de forma que ele passou a viver como um recluso (na sua mente, poupando os outros de precisar conviver com o monstro que ele se tornou).

Como num passe de mágica, em um momento que o duque está atormentado com a necessidade de encontrar uma esposa que não morra de nojo do que ele se tornou, Emma Gladstone aparece para cobrar uma dívida: duas libras e três xelins, o preço do vestido de noiva da ex-noiva de lorde Ashbury. O vestido que Emma está usando quando conhece o duque. O vestido que ele chama de vômito de unicórnio.

A situação parece a ideal: Emma está desesperada pelo dinheiro (que, para Ashbury, é uma ninharia) e Ashbury está desesperado por uma esposa. E é claro que na cabeça dele casar com uma completa desconhecida faz todo o sentido rs! Eles, então, resolvem se casar, mas há um porém: sem sentimentos, o casamento só será realizado para que Emma engravide e depois vá viver com o filho em uma propriedade afastada. Mas não que Ash não queira conviver com o filho. Ele tem medo que o filho tenha medo da aparência dele. E não acredita, de forma alguma, que sua esposa, a bela e delicada Emma, possa se sentir atraída por ele e suas deformidades. Só que Emma se sente atraída por Ash desde o princípio, e, durante o casamento de conveniência, ela tenta fazer o possível para provar isso para ele.

Por mais difícil que pareça.

Ah, posso falar? Eu adoro um mocinho destruído! rs! Ashbury sofre muito por causa do acidente que destruiu sua aparência e, inclusive, foi abandonado por sua noiva por causa disso:

– Sinto muito. – A voz dela se suavizou. – O noivado desfeito deve ter sido um golpe. A Srta. Worthing parece ser uma mulher encantadora.
Ele contou o dinheiro na mão.
– Se você passou algum tempo com ela, sabe que esse não é o caso.
– Talvez tenha sido melhor, então, não ter se casado com ela.
– Sim, foi muito prudente, da minha parte, destruir o rosto antes do casamento. Teria sido péssimo se tivesse deixado para destruí-lo depois.

(Um casamento conveniente, página 12, tradução de A. C. Reis)

Eu mencionei que ele tem um humor negro delicioso? Hahaha. Ashbury não só é completamente irônico, como tem uma criatividade bastante peculiar para os mais variados xingamentos. É impossível não se encantar com ele (e não ter vontade de chacoalhar de vez em quando para que ele enxergue o que está na frente do nariz). Resumindo: é o mocinho perfeito.

E perfeito para Emma Gladstone, que não teve uma vida fácil. Filha de um vigário rigoroso, Emma foi expulsa de casa aos dezesseis anos e precisou se virar, trabalhando como costureira, para sobreviver. Mas Emma tem uma coisa que eu amo quando encontro em uma mocinha de romance de época: ela tem um passado complicado, mas isso não faz com que ela seja menos alegre. Pelo contrário! Assim como Gwen em Uma proposta e nada mais, Emma continua bem-humorada, otimista e esperançosa mesmo depois de tudo de ruim que passou. E, assim como Ashbury tem uma criatividade aflorada para criar xingamentos, Emma tem a mesma criatividade para criar apelidos fofos para o marido:

– Gordinho?
Como resposta, ele acertou a peteca com tanta força que esta voou até a parede dos fundos, acertando a peruca empoada de um dos ancestrais dele.
Ela comemorou.
– Muito bem, meu anjo gordinho precioso.
– Isso vai parar – ele disse. – Agora.

(Um casamento conveniente, página 66, tradução de A. C. Reis)

Vão por mim e leiam esse livro! Se estiver parado na fila de leitura, passem para frente. Se não compraram, comprem (se possível por esse link rs: Um casamento conveniente). É ótimo! Eu simplesmente não conseguia parar de ler. Tem de tudo: cenas engraçadas, sensuais, românticas, tristes… é um prato completo.

Já estou maluca pela continuação da série. Aliás, a capa do próximo volume é tão incrível quanto essa:

Linda né? A pré-venda começa esse mês!

Espero que tenham gostado da resenha, gente.

Com carinho, Roberta.

Postado por: Roberta Ouriques

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